Julio Velázquez mostra-se incrédulo com a postura do Sporting CP e da Liga Portugal relativamente ao adiamento do encontro da 16.ª jornada do campeonato. O treinador do Vitória FC não acredita que a defesa da integridade física dos jogadores seja ignorada e deixa um forte apelo.
“A equipa, neste momento, está morta. Não estamos em condições de realizar um jogo de futebol profissional. Sinceramente não acreditava que ficássemos nesta situação, num país como Portugal, numa Liga de primeiro nível, que quer evoluir ainda mais. Fico assombrado por estarmos nesta situação”, começou por dizer o técnico, em conferência de imprensa.
“O Sporting tem muitos jogos, compreendo, mas nós temos 18 ou 19 jogadores em alerta máximo. Vamos fazer um exercício de coerência. Os máximos dirigentes da Liga e da FPF têm de perceber que é uma situação excecional. Jogamos em março e não fazemos esta figura como fizemos hoje e ontem. Depois, acontece qualquer situação grave e todos levamos as mãos à cabeça, fazemos homenagens… São jogadores que estão numa situação grave”, alertou ainda.
Bastante apreensivo com a situação crítica de alguns atletas, que ainda apresentam, entre outros sintomas, febres altas, Julio Velázquez sublinha que a nível futebolístico é “impossível preparar o que quer que seja” e lembra que a situação pode evoluir de forma imprevisível.
“Não tenho jogadores! Podem entrar 11 no relvado e, de repente, acontece alguma coisa a seis. Um tem 40 febre, outro tem 37… Ninguém me ouviu dizer que perdemos com o FC Famalicão por isto, mas a verdade é que jogámos em condições muito más. Tenho quatro jogadores… Mas não posso dizer com certeza, porque três ontem estavam bem e já começaram a sentir dores musculares quando se levantaram da cama. Estavam mortos. Não sei que posso fazer… Talvez um passeio, para apanharem ar”, concluiu.