Espírito de sacrifício, união e profissionalismo. Foram estas as principais bases de uma atuação heróica que levou a equipa do Vitória FC a ‘vender’ bem cara a derrota (1-3), este sábado, no Estádio Bonfim, frente ao Sporting CP.
Depois de uma semana surreal a todos os níveis, onde o respeito, a épica e a boa-fé parecem ter sido esquecidos, a formação orientada por Julio Velázquez apresentou-se em clara inferioridade, com metade do plantel indisponível e sem treinar verdadeiramente após o jogo em Famalicão – há uma semana.
Com doze jogadores de cama, muitos deles com presença habitual no onze, o técnico espanhol foi obrigado a construir uma equipa com outras alternativas, incluindo quatro jogadores sub-23 e só cinco elementos no banco de suplentes. Apesar do seu estado de saúde débil, os jogadores foram para dentro de campo, lutaram com tudo o que tinha e honraram o símbolo.
Na primeira parte, como seria de esperar, as diferenças foram notórias e as dificuldades físicas dos atletas sadinos revelaram-se decisivas para que o encontro chegasse ao intervalo com um resultado de 0-2 a favor dos visitantes.
Contudo, a reação no segundo tempo não poderia ter sido melhor. A equipa provou de que fibra é feita, batalhou contra todas as adversidades e deixou o mundo vitoriano a transbordar de orgulho.
Aos 63’ minutos, Carlinhos fez ‘explodir’ o Bonfim com uma bomba que será, seguramente, candidata a golo da jornada. Um remate fantástico do médio brasileiro, que realizou uma das melhores exibições da época.
A partir daqui o Vitória FC passou a dominar a partida por completo e foi à procura do empate, que só não chegou porque a trave negou um golo cantado a Guedes. Sempre mais pressionante, a turma da casa voltou a ameaçar a igualdade num livre lateral de Éber Bessa e já perto dos 90’ foi Carlinhos a tentar novamente a sorte, mas o ‘tiro’ saiu ao lado.
Já com toda a equipa balanceada para a frente em busca do tento que valesse o ponto tão merecido, o Vitória FC sofreu o terceiro e o jogo acabou por conhecer o seu capítulo final. Na retina fica, porém, a excelente imagem deixada pelos sadinos – incluindo os adeptos que voltaram a ser fantásticos – numa tela que será certamente uma das mais tristes do futebol português.