1974-2020

CONSOLIDAÇÃO E INSTABILIDADE



Coincidindo com a revolução do 25 de Abril de 1974 e da crise económica na região de Setúbal, o desempenho desportivo da sua equipa de futebol começa a decair, alcançando em 1974-75 a sua pior classificação no campeonato nacional da 1ª Divisão desde a época 1963-64, um 7º lugar.


Nos anos seguintes, a tendência mantém-se, mas sempre consolidando a sua posição de emblema tradicional do futebol nacional, até que na época de 1985-86 o Vitória desce ao segundo escalão pela primeira vez, 25 anos depois da última passagem pela 2ª Divisão.


A passagem pelo escalão secundário, teve o condão de acordar o Clube e a sua dinâmica. A equipa orientada pelo lendário treinador Malcolm Allison passeou classe pela 2ª Divisão e com os seus adeptos a invadirem sistematicamente os campos por esse país fora. Nos anos seguintes, seriam construídas superequipas que levariam a um grande entusiasmo dos adeptos em relação ao Vitória, no entanto, a qualificação para as competições europeias foi sendo falhada sempre por uma unha negra. Na última dessas equipas, a do ano de 1990/91, o Vitória desce de divisão num campeonato tão competitivo e equilibrado que, apesar de ter descido, a equipa do Vitória ficou a apenas 4 pontos de se qualificar para as competições europeias…


O problema de ter descido com uma equipa bastante rica, levou a que os anos 90 e início do século XXI, o Vitória tivesse entrado num período de instabilidade financeira que provocou grandes dificuldades para a equipa se conseguir manter no campeonato nacional da 1ª Divisão, apesar de termos vivido duas épocas que ainda hoje fazem os vitorianos terem saudades.


A época de 1993-94, com Raúl Águas no banco e Eric Tinkler, Hélio, Yekini, Sérgio Araújo, Paulo Gomes, Sessay e Chiquinho Conde no relvado, na qual o Vitória protagonizou uma recuperação espetacular na 1ª Divisão, desde a célebre vitória de 5 a 2 ao Benfica e que culminou num 6º lugar no final do campeonato.


E a época de 1998-99, na qual comandados pelo eterno capitão Carlos Cardoso, o Vitória voltaria a qualificar-se para as competições europeias 25 anos depois da última vez no longínquo ano de 1974! Nesta equipa destacaram-se os nomes de Marco Tábuas, Pedro Henriques, Mário Loja, Quim, Rui Carlos, Hélio, Chiquinho Conde, Velli Kasumov e Toñito!

Em 2003-04, o Vitória regressa à 1ª Divisão para não sair durante as próximas 16 épocas isto apesar das crises financeiras que assolaram o Clube de forma mais recorrente. Em 2004-05, o Vitória Futebol Clube regressa ao Jamor, 38 anos depois da sua última presença e para conquistar a 3ª Taça de Portugal da sua história, qualificando-se ainda para a Taça UEFA! Os golos de Manuel José e de Meyong fizeram explodir a cidade em festa, na recepção a um troféu que escapava ao Vitória desde 1967!


No ano seguinte, uma equipa bem trabalhada por Norton de Matos permitiu ao Vitória andar toda a 1ª volta do campeonato sempre nos primeiros lugares e durante semanas foi apelidada pela UEFA, como a melhor defesa da Europa em conjunto com os ingleses do Arsenal, sofrendo apenas 3 golos nas primeiras 14 jornadas do campeonato!


Na altura em 3º lugar do campeonato, a equipa vê sair jogadores e equipa técnica invocando salários em atraso. Por esse motivo, o desempenho do Vitória torna-se irregular no campeonato, no entanto, na Taça de Portugal o Vitória alcança outra vez a final, ao vencer o Vitória de Guimarães no Bonfim nas meias finais. Um golo de Auri no prolongamento levou o jogo para as grandes penalidades e as mãos de Rubinho carimbaram o passaporte para a final da Taça de Portugal. Na final, o FC Porto leva a melhor vencendo por 1 a 0, no entanto o remate à barra de Carlitos ainda com o resultado em branco, podia ter tido outra sorte…


Dois anos depois em 2007-08, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional institui um novo troféu oficial, a Taça da Liga. Sob a batuta de Carlos Carvalhal, o Vitória vence a 1ª Taça da Liga, fica em 6º lugar no campeonato e alcança as meias-finais da Taça de Portugal, numa equipa com Eduardo, Sandro, Claúdio Pitbull, Matheus, Edinho e Ricardo Chaves.


Após esta época, seguiu-se um período com algumas dificuldades para se conseguir manter na 1ª Divisão, mas sempre alcançando a permanência mesmo que em algumas épocas, esta tenha sido in extremis na última jornada. No entanto, contou com boas presenças nas taças, como foi o caso da Taça de Portugal em 2010-11 ao atingir os Quartos de Final e da Taça da Liga, atingindo as Meias-Finais em 2014-15 e 2016-17 e sendo finalista em 2017-18.
EQUIPA DO VITÓRIA DE 1980-81
PAULO FERREIRA E MARCO FERREIRA, 2003
FESTEJOS DA CONQUISTA DA TAÇA DE PORTUGAL, 2005
EQUIPA VENCEDORA DA TAÇA DA LIGA, 2008