O Vitória Futebol Clube segue invicto na série H do Campeonato de Portugal, prova que lidera com 29 pontos em 11 jornadas. Após o triunfo, por 2-1, alcançado no domingo no duelo do Estádio do Bonfim com o Moura, o treinador Alexandre Santana não escondeu a satisfação pelo desempenho da equipa, destacando a entrega dos seus jogadores e de toda a estrutura para a caminhada que está a ser realizada.
“São três pontos. Vamos jogar bem e ganhar, vamos jogar pior e ganhar, vamos jogar bem e perder… é o futebol. O que conta aqui é fecharmos a primeira volta e entrarmos na segunda com mais três pontos”, destacou, admitindo que a entrada da direcção presidida por Carlos Silva, no final do mês de Dezembro, deu estabilidade ao grupo. “Há neste momento uma estrutura estável que emocionalmente nos deixa mais tranquilos para fazermos o nosso trabalho”.
Questionado sobre a superioridade que o Vitória tem tido sobre a concorrência, Alexandre Santana é peremptório. “Acredito muito no trabalho. Quando cheguei, desde o primeiro dia, achei que a dimensão que o clube tem, aliado ao trabalho que fizemos com os jogadores e toda a estrutura, tinha que possibilitar estarmos a fazer este campeonato. O que não esperava era que com todas as dificuldades que passámos desde o primeiro momento conseguíssemos estar a fazer o que estamos a fazer”
E acrescenta: “Acredito muito na qualidade dos jogadores e na estrutura, mas as dificuldades foram tantas que entendo que o que parecia ser algo normal passou a ser anormal, felizmente pela positiva. Nestes momentos críticos ou juntamo-nos muito ou dividimos tudo. Depois de passarmos todas as adversidades, com a maior estabilidade que nos tem sido dada pela direcção actual, parece-me que conseguimos juntar muito mais do que dividir”.
Em jeito de balanço da temporada, numa altura em que a fase regular do campeonato vai a meio, o treinador do conjunto setubalense considera que ainda nada está ganho e há ainda caminho a percorrer. “Aqui não há ninguém perfeito nem nenhuma equipa 100% vitoriosa, nem hoje somos os melhores do mundo nem vamos ser os piores quando tivermos algum momento menos bom”.
Alexandre Santana, de 42 anos, sublinha que independentemente do que o futuro reserve, o objectivo está bem definindo para cada duelo que venham a travar. “Há uma equipa técnica, jogadores e estrutura de apoio focada num só objectivo: ganhar, ideia que nunca nos pode abandonar. Quando temos esta ideia constante de vitória, que é obrigatória num clube desta dimensão. Falamos de um clube com 110 anos de história e com um palmarés riquíssimo. É nosso objectivo ganhar sempre. Garanto-vos que se depender das pessoas envolvidas no processo não vai acontecer certamente outra coisa até ao final”.
Os pergaminhos do Vitória FC obrigam todos os que trabalham diariamente no Bonfim a darem sempre o melhor de si, frisa. “Não sei se vamos ganhar sempre, mas sei que vou fazer o melhor que conseguir. Não sou o melhor treinador do mundo, mas serei o melhor que conseguir ser. Os jogadores e estrutura não são os melhores do mundo, mas são o melhor que conseguirem ser. Quando a ideia está focada nestes objectivos intrínsecos de vitória, de luta até ao último momento, aspectos que não podemos abandonar neste clube”.
“Quem gosta do Vitória tem de se aproximar de nós”
O timoneiro dos setubalenses não tem dúvidas de que os vitorianos estariam com a equipa no estádio se tal fosse permitido. “Se o Bonfim pudesse ter público, o estádio estaria uma loucura. Os vitorianos são pessoas que nos momentos críticos se unem e fazem acontecer. Nós cá dentro estamos a lutar por fazer acontecer. As pessoas que estão de fora estão a aproximar-se cada vez mais da estrutura para ajudar e contribuir para acontecer”.
Alexandre Santana lança um repto para que a onda de apoio ao clube possa ter uma dimensão cada vez maior. “É um caminho que temos de trilhar todos juntos. Os vitorianos têm neste momento muito mais de se unir do que dividir. Quem gosta tem de contribuir com coisas boas para o clube, tem de se aproximar de nós. Quer a equipa técnica, jogadores e direcção estão superabertas a que as pessoas se juntem a nós e contribuam para podermos crescer todos juntos. Esse é o caminho. O caminho da crítica leviana não serve”.
Da parte do plantel que lidera, o técnico deixa uma garantia a todos os que vitorianos. “Se vamos continuar sempre a ganhar? Não sei. Até agora estamos invictos. Só o tempo dirá o que vai acontecer. Uma coisa tenho a certeza: se dermos tudo o que temos para dar com o nosso coração, certamente as coisas vão-nos sorrir mais tarde ou mais cedo”, disse o treinador que vai esta semana preparar a visita ao reduto do Juventude de Évora, que está agendado para domingo, a contar para a 13.ª jornada da competição.