O Presidente do Vitória FC, Paulo Gomes, considera que ainda é cedo para garantir com total certeza a forma como o campeonato irá terminar. Depois de mais um dia de reuniões permanentes, o líder dos sadinos salientou, em entrevista à Sport TV, que a intenção dos clubes passa por finalizar a época e é para isso que todos estão a trabalhar em conjunto.
“Nós sabemos que o que é verdade hoje, daqui a um mês poderá não ser tão verdade assim. Por isso é que temos a necessidade de nos organizar. Depois logo veremos se será à porta aberta ou fechada. Depende da evolução da pandemia e de podermos, de facto, jogar nessa altura, como é óbvio. Provavelmente será à porta fechada”, começou por dizer.
“Os clubes têm compromissos assumidos e é importante que a época termine para que possam cumprir com esses pressupostos. O Vitória FC não irá tomar posições sozinho. Os clubes estão unidos por um bem comum e terá de haver consenso. Sabemos que a maioria dos contratos dos jogadores termina a 30 de junho. Acho que a entidade organizadora, neste caso a Liga, os clubes, os representantes dos jogadores e os próprios jogadores têm interesse em que o campeonato acabe, até para a valorização do próprio espetáculo e para que os jogadores possam ainda aparecer neste final de temporada. Penso que o bom senso vai prevalecer e a negociação não será tão difícil como parece”, acrescentou ainda.
Com a suspensão do campeonato, o cancelamento das provas de formação e o encerramento dos restantes serviços, nomeadamente do Bingo, as receitas passaram a ser escassas, o que agravou a situação financeira do Vitória FC e de grande parte dos clubes do nosso país. Paulo Gomes sublinha que neste capítulo as verbas das transmissões televisivas terão um papel preponderante.
“A maioria dos clubes da Primeira Liga depende das suas receitas das transmissões televisivas e, como tal, estão dependentes da forma como as mesmas forem feitas. Durante o mês de abril vamos trabalhar em conjunto. No caso do Vitória FC é importante que os seus funcionários, staff e jogadores tenham os seus ordenados a tempo e horas. É esse o objetivo e vamos tentar cumprir em função das receitas que tivermos. Há neste momento um esforço enorme do clube para tentar cumprir com essas mesmas pessoas”, frisou o Presidente do emblema sadino, antes de deixar um agradecimento especial aos vitorianos, uma “massa adepta muito forte” e que é “bastante sensível para esta área da solidariedade”.
“Talvez seja este um ponto de união em torno do clube para tentarmos ultrapassar esta fase de muita dificuldade, ficando em casa, mas estando sempre junto do clube nas ações que ele vai desenvolvendo. Quero deixar uma mensagem de esperança, tranquilidade e união entre todos os portugueses, em especial os setubalenses, com a certeza de que estaremos sempre na linha da frente, seguindo as normas, no nosso caso ficando em casa, valorizando sempre quem está no terreno no combate a esta pandemia”, vincou.
A finalizar, o Presidente fez ainda um balanço dos primeiros meses à frente dos destinos do Vitória FC e deixou claro que estará sempre pronto a lutar pelo clube, independentemente das dificuldades que surjam no caminho.
“Depois de um primeiro mês dificílimo, nada previa que voltasse a ter uma situação tão complicada como esta. Mas estou cá para dar a cara e fazer a minha parte, eu e a direção que me acompanha e tão bem me representa nas mais diversas áreas. Temos a noção que o clube precisa de muita reestruturação e é isso que estamos a fazer em casa para depois desta pandemia voltarmos em grande, com muita força, e colocarmos o Vitória FC no lugar que merece”, concluiu.