Inaugurado em 16 de setembro de 1962, o mítico Estádio do Bonfim só oito anos mais tarde teve iluminação artificial, mais uma vez graças à vontade e ao querer de setubalenses e vitorianos, provando que sempre que o homem sonha, a obra nasce.
Mas no Estádio do Bonfim não se fez luz da noite para o dia , nem com num simples estalar de dedos ou num qualquer click de interruptor. Foi necessário criar uma Comissão Pró-Iluminação, presidida por Fernando Pedrosa e de que faziam parte dedicados adeptos do Vitória.
A 17 de junho de 1969 foi realizada a assinatura do contrato de adjudicação da electrificação do Estádio do Bonfim com a Philips portuguesa.
A instalação compreendia quatro postes de iluminação com 46 metros de altura. O cálculo foi confirmado através de um computador instalado na sede da Philips, em Eindhoven na Holanda.
Era composta por 96 projectores, equipados com 96 lâmpadas de vapor de mercúrio com a potência de 2 kw cada e que seria considerada, para a época, como a tecnologicamente mais avançado do nosso país.
Foi então promovida uma angariação de fundos com subscrição de obrigações e quotas suplementares pelos sócios e só assim foi possível concretizar o sonho.
Chegado o grande dia, aprontaram-se as cerimónias para a inauguração. A equipa espanhola do Real Sporting de Gijon foi a convidada para abrilhantar a festa. Antes do jogo, foi descerrada uma lápide junto a um dos postes de iluminação, pelo então Sub-Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Augusto Ataíde.
Depois, entre outros eventos, assistiu-se ao desfile das majorettes da Escola Comercial e Industrial de Setúbal, que anteciparam o pontapé de saída do jogo inaugural.
O jogo terminou, para gáudio dos vitorianos, com o triunfo da nossa equipa por 2-1, tendo os golos do Vitória sido apontados por Wagner e Vítor Batista. A história de mais um dia de festa para mais tarde recordar e que hoje, passados 48 anos, importa não esquecer.